domingo, 13 de junho de 2010

Livro: O apanhador no campo de centeio




“Para ler antes dos vinte e cinco anos.”

Meu professor recomendou o livro “The catcher in the rye” ou “O apanhador no campo de centeio”, dizendo: “leiam antes dos vinte e cinco anos”. O livro não é muito grande e a leitura é fácil e flui tranquilamente, mas vou fazer a mão para quem já está estourando o limite de idade e não terá tempo de ler, e também, por tabela, para quem tem preguiça de ler tudo. Lá vai uma resenha.

O tal de J.D. Salinger é bom pra chuchu! No duro, mesmo. E, não incomoda nem um pouco ele passar o livro todo usando essas expressões que ninguém usa mais; primeiro porque nós sabemos que o livro foi escrito em 1945; segundo porque é o personagem quem conta a história, então quem fala cheio de gírias não é o autor e sim o Holden, e ele só tem 17 anos; terceiro porque o livro foi traduzido e não se pode apostar a mãe ou coisa que o valha por uma tradução, mas isso é uma outra história. Holden está internado em um hospital e nos conta sua vida. Na verdade, o tempo transcorrido no livro é de apenas alguns dias, porém o personagem vai relembrando fatos que lhe aconteceram a longo de anos. Acabando de ser expulso de mais um colégio, o jovem tem alguns dias antes de encarar os pais e resolve vagar um pouco por Nova Iorque, gastando um pouco de dinheiro, já que ele é meio afortunado, revendo algumas pessoas, bebendo e fumando na noite. Holden não tem a menor pretensão de esconder seu mau humor com o mundo. Odeia tudo e todos. É um típico adolescente que mal consegue conviver consigo mesmo, o que dirá com as outras pessoas. Tentando se encontrar, de bar em bar, o dinheiro vai acabando e a depressão aumentando. Ele pensa até em fugir definitivamente e se isolar, mas acaba desistindo. Apesar deste ódio da vida, Holden não é uma pessoa insensível. É fã do irmão mais velho que é escritor, se emociona ao lembrar do outro irmão que morreu e se desmancha por Phoebe, a caçula da família. Na verdade, o cara é um príncipe neste sentido. Aliás, o nome do livro vem de uma citação que é feita duas vezes. Holden diz que tudo o que ele queria fazer na vida é ser apanhador em um campo de centeio, à beira de um precipício, onde muitas criancinhas brincam: quando elas iriam cair no abismo, ele as apanharia.

O bom da leitura não está na linearidade dos fatos, mesmo porque o enredo é um relato simples, sem grandes acontecimentos. O bom é a visão humanizada, quase um estudo da mente jovem, a linguagem, as descrições detalhas e contextualizadas. Em suma, o livro é digno de leitura para qualquer público, de qualquer idade. Pensando bem, talvez eu mude de ideia depois dos 25... Veremos.

Priscila Tonietto

Nenhum comentário:

Postar um comentário