domingo, 13 de junho de 2010

Luis Fernando Veríssimo

“Todo desejo é um desejo de morte”

“Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. [...] acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. ’’

Talvez essa seja a receita de irreverência do escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo. Por falar nisso, estive pensando como as coisas poderiam ser diferentes. Se Veríssimo fosse paulista, por exemplo, provavelmente o Analista seria de Itu.

O autor de 73 anos, cabelos brancos, orgulhoso da netinha e de poucas palavras, pouco representa o papel de vovô tímido quando escreve. Ousado em seus textos, desde a escolha dos temas do cotidiano, que para a maioria são insignificantes e para ele são matéria prima de luxo para verdadeiras obras. Pode-se dizer que quase tanto como a Velhinha de Taubaté, Veríssimo é um crente nato! Acredita muito, surpreendentemente, até na seleção do Dunga. E, olha que de seleções ele entende. A primeira partida de Copa que assistiu foi Iugoslávia x México, em Porto Alegre, em 1950; depois daí, já trabalhou em seis mundiais, incluindo o dos EUA, em 1994, quando viu o então capitão Dunga erguer o caneco. Não adianta, o cara é tão fã do compatriota, quanto a maioria da critica é dele. Deve ser recordação dos tempos de Internacional, time de coração de Veríssimo.

Desde o primeiro livro publicado “O Popular”, de 1973, está num seleto grupo de escritores brasileiros que se mantém no cenário nacional renovando-se sempre. A extensa obra vai de crônicas (principalmente), alguns romances, literatura infanto-juvenil, viagens e até quadrinhos.

Nota: o livro “O Analista de Bagé”, de 1981, esgotou em dois dias.

Não se pode falar muito mais para não cometer o demérito de parafrasear algum ilustre, já que os elogios em torno dele costumam ser generosos e proferidos por muitos.

Recomendo: Comédias da Vida Privada, Comédias da Vida Pública, O Analista de Bagé, A Mesa Voadora, Gula – O Clube dos Anjos.

Para quem se interessar mais,


Priscila Tonietto

2 comentários:

  1. Bom, não dá para não comentar sobre Fernando Verissimo, apesar de não ter muitas palavras para falar, afinal ele é tudo de bom.É um dos meus escritores favoritos! Comédias da vida privada é um dos livros mais engraçados e inteligentes que eu já li. Outro que recomendo é O mundo é barbáro...e o que nos temos a ver com isso. Muito bom mesmo!

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  2. Veríssimo é mesmo muito bom. Ficou legal o texto, parabéns pelo blog.

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